sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A RENOVAÇÃO DA ÉTICA
Não podemos mais recorrer aos Deuses, eles se foram, não há Reis para destronar ou imperadores para guilhotinar. Nossos verdadeiros carrascos são bem mais poderosos e estão ocultos. Eles usam máscaras, como nós. Escondem-se atrás de falsas éticas e perversos ideais. Ainda que usássemos as mais modernas armas, não saberíamos em quem atirar. Um inimigo palpável sempre foi mais fraco, por isso temos tanto medo de fantasmas. Quantas crianças já foram intimidadas pelo “Bicho Papão”?
Assim, quando o que está fora não faz sentido precisamos buscar dentro de nós aquilo que nos faça sentido, aquilo que torne real e significativa a nossa existência.
Esse é o grande desafio do homem no século XXI.
Como disse Henríquez “Os seres humanos são seres em busca de sentido. É a definição fundamental de ser humano e ser social. De outro modo, seríamos apenas animais totalmente programados”. E, apesar de admitirmos com Henríquez as tantas mortes físicas, psíquicas e morais do nosso tempo, com ele também acreditamos que existe uma saída para restabelecer os verdadeiros laços HUMANOS.
Muitos de nós estão mortos, dormindo ou simplesmente hipnotizados, mas ainda restam outros tantos acordados e estes estão buscando aquilo que pode restabelecer a verdadeira ética; o amor, a fraternidade, a solidariedade, a camaradagem e o prazer de viver em comunidade.
No bojo do que poderíamos chamar de pequenos movimentos estão sendo resgatados importantes pensadores, filósofos e artistas, os quais inspiram e dão força a esses grupos de pessoas “animadas”.

O saber é uma construção constante. Essa sabedoria é o legado de Freud com a Psicanálise. Um especial modo de utilizar a teoria, o conhecimento de si próprio, das emoções, enfim, do tempo e da importância de se tomar posse da história e de descobrir um saber pensar. Curar (se) será sempre uma ruptura, inclusive da ignorância. Perguntar inaugura um espanto, é a insolência da curiosidade abrindo lugar para criar-atividade. Resulta numa invenção e isso é novo, um espaço para criar articula fundamentais diferenças.” (Silvia Brandão Skowronsky, membro do Instituto da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre.)

Jung: "Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der".

Walter Pereira: “Nesse cenário de anomia e alienação, as reações céticas, moralistas ou dogmáticas são, no mínimo, inócuas. A razão é precária, e as ideologias produzem distorções. Mas afinal, a razão é a instância crítica da ideologia, e entre erros e triunfos, não deixa de enfrentar as suas dificuldades, que sempre geram um saldo positivo de conhecimentos. E se estes nunca são definitivos, são pelo menos instrumentos valiosos de transformação da realidade, onde a arte sempre encontra suas alternativas e enfrenta seu único limite: a imaginação humana”. “As Razões do Olhar”

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