sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O REINO DO DINHEIRO

De todos os males que atingem nosso século talvez o mais cruel e mais poderoso seja a submissão às leis do mercado financeiro mundial e a supremacia da racionalidade instrumental e econômica em detrimento da razão humana.
Os pensadores e cientistas do século XIX que apostaram na autonomia do homem pelas luzes da razão e pela facilitação do trabalho em função dos grandes avanços tecnológicos, veriam agora totalmente corrompidas as suas idéias.
De artesãos a operários, das oficinas às fábricas. Os perigos que isso trazia para os homens foram já desde o inicio do processo de industrialização, largamente apontados por alguns “reacionários”. Muitas frases circulavam, tais como: “O homem não pode ver o que está produzindo; Foi alienado do processo de produção; É apenas uma pequena parte da máquina; Não pode ver sua obra concluída, não foi ele que fez; Ele não tem como vincular seu envelope de pagamento ao trabalho realizado ,ele não tem como fazer isso”. Tais frases nos parecem bastante pueris diante do cenário atual, onde não existem propriamente fábricas, mas respeitadas empresas, das quais o homem acredita fazer parte. Instituições que investem na integração do homem aos seus “ideais”, utilizando técnicas avançadíssimas para fazê-lo crer que seus valores coincidem com os valores da empresa onde trabalha, ou melhor, da entidade da qual faz parte. Assim, como diz Henríquez, “... as empresas, que querem ser “as instituições divinas”, e de suas conseqüências ao nível do indivíduo; os indivíduos devem se integrar, ou melhor, se identificar às organizações das quais fazem parte, idealizá-las, colocando os valores organizacionais - seu próprio ideal do ego - no lugar dos seus próprios valores, transformar-se em instrumentos submissos, dóceis mesmo, e sobre tudo acreditar ..... que estão a caminho da autonomia”
Para os psicólogos existe uma área no mercado trabalho em expansão. Grandes empresas estão investindo pesado na contratação de profissionais para ajudá-las nessa nobre tarefa de integração dos seus empregados.

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